Um dia um vendedor veio procurar-me e relatou as dificuldades que encontrava em trabalhar junto com o
gerente de vendas de sua organização. Há dez anos trabalhava na companhia e nunca recebera uma promoção ou
reconhecimento de qualquer espécie. Mostrou-me o seu quadro de vendas, que eram, proporcionalmente, maiores que
os dos outros homens de seu território. Afirmou que o gerente de vendas não gostava dele, que era injustamente
tratado e que, nas reuniões, o gerente tratava-o com rudeza e às vezes ridicularizava as suas sugestões.
Expliquei-lhe que, sem dúvida, o motivo para essa situação estava em grande parte dentro dele mesmo e que
seu conceito e crença sobre seu superior se ajustava à reação deste homem. Com a medida com que tiverdes medido
vos medirão também. Sua medida mental ou conceito do gerente de vendas era de que era um homem mesquinho e
rabugento. Estava impregnado de amargura e hostilidade contra o seu chefe. A caminho do trabalho, mantinha uma
vigorosa conversa consigo mesmo, cheia de críticas, argumentos mentais, recriminações e denúncias contra o gerente
de vendas.
Tudo aquilo que mentalmente extravasava inevitavelmente recebia de volta. Esse vendedor compreendeu que
sua fala interior era altamente destrutiva, porque a intensidade e a força dos seus pensamentos e emoções silenciosas,
conduzindo pessoalmente à condenação e ao vilipêndio do gerente de vendas, se transmitiam ao seu superior, além de
criar diversos outros distúrbios pessoais, físicos e emocionais.
Ele começou a rezar com freqüência da seguinte maneira: “Sou o único que pensa em meu universo. Sou
responsável por tudo o que penso sobre meu chefe. Meu gerente de vendas não é responsável pela maneira por que
penso a seu respeito. Recuso-me a permitir que qualquer pessoa, lugar ou fato tenha o poder de irritar-me e perturbarme.
Desejo riqueza, sucesso, paz de espírito e felicidade para o meu chefe. Desejo-lhe sinceramente bem e sei que ele
é divinamente orientado em todos os sentidos.”
Ele começou a repetir essa oração com freqüência, em voz tranqüila e pausada, impregnada de sentimento,
sabendo que sua mente é como um jardim – o que quer que se plante nascerá, de acordo com a semente.
Ensinei-lhe também como operar com as imagens mentais antes de dormir, agindo da seguinte maneira: devia
imaginar que seu gerente de vendas o estava cumprimentando por seu excelente trabalho e entusiasmo e a reação
espetacular dos fregueses. Passou a sentir a realidade da cena, sentindo o aperto de mão, ouvindo a voz do gerente de
vendas e vendo-o sorrir. Ele realizou um verdadeiro cinema mental, dramatizando-o da melhor maneira possível.
Noite após noite, projetava esse filme mental, sabendo que seu subconsciente era a tela receptiva na qual ficariam
impressas as suas imagens conscientes.
Gradualmente, por um processo que pode ser classificado de osmose mental e espiritual, a impressão gravouse
em seu subconsciente. Automaticamente, a expressão manifestou-se. Pouco depois, o gerente de vendas chamou-o
a San Francisco, cumprimentou-o por seu sucesso e deu-lhe o cargo de Gerente da Divisão de Vendas, còm uma
centena de pessoas sob as suas ordens e um grande aumento de salário. Quando ele mudou seu conceito e avaliação
do chefe, este reagiu de acordo.